Coisas terríveis continuam acontecendo no mundo, em muitos casos, por causa de crendices aceitas e toleradas culturalmente.
”É inaceitável. As pessoas não podem fazer justiça por si mesmas porque suspeitam de alguém” – foi a manchete de um jornal local.
Dezenas de pessoas acusadas de bruxaria foram assassinadas no oeste do Quénia nos anos noventa. Na região, corria o boato de que essas pessoas atraíam o azar e tornavam as pessoas canibais, surdas, mudas ou sonâmbulas. A região passou a ter a reputação de ser uma “área de bruxas”. O pastor Enock Obreiro teve a esposa assassinada pela multidão. “A minha filha me disse não saber onde a mãe dela estava e achou que ela fugiu de casa. Eu mesmo procurei e não encontrei. Parece que ela nunca saiu de casa e deve ter morrido queimada”, disse o pastor diante das cinzas que restaram de sua casa. Cerca de 30 casas foram incendiadas. O governo reforçou o policiamento na área paraevitar ataques de vingança. Religiões tradicionais africanas, cristianismo e islamismo convivem pacificamente no Quênia, mas existem muitos problemas por suspeitas de feitiçaria, principalmente na região oeste do país. A região tem uma tradição de curandeirismo. De acordo com testemunhas, a maioria das vítimas eram quenianas entre 70 e 90 anos, embora uma delas tivesse cerca de 40 anos. Em 1993, oito idosas de Kisii também foram acusadas de bruxaria e queimadas até a morte por multidões.
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