quinta-feira, 21 de abril de 2011

PÁSCOA SEM FANTASIAS

A Páscoa deveria ser, para a cristandade, a maior festa religiosa. Deveria ser mais comemorada que o Natal, o Ano Novo e, evidentemente, que Carnaval ou outra manifestação festiva de qualquer natureza. Nenhuma solenidade tem o mesmo significado que a Páscoa.

Infelizmente, as igrejas cristãs deram mais ênfase às festas religiosas de santos padroeiros que as de significado bíblico e permanente como a Páscoa. Além de diminuírem o seu valor, emprestaram-lhe símbolos e imagens que vieram do paganismo, como o coelho e os ovos de páscoa. Ainda mais, em virtude do mundo globalizado dirigido pelo capitalismo ganancioso, no qual o lucro financeiro é o objetivo primeiro de todos os empreendimentos, a ênfase da Páscoa está, assim como no Natal, nas vendas.

Infelizmente, as igrejas cristãs deram mais ênfase às festas religiosas de santos padroeiros que as de significado bíblico e permanente como a Páscoa. Além de diminuírem o seu valor, emprestaram-lhe símbolos e imagens que vieram do paganismo, como o coelho e os ovos de páscoa. Ainda mais, em virtude do mundo globalizado dirigido pelo capitalismo ganancioso, no qual o lucro financeiro é o objetivo primeiro de todos os empreendimentos, a ênfase da Páscoa está, assim como no Natal, nas vendas.

Hoje é praticamente impensável ter-se Páscoa sem ovos de chocolate e pão doce recheado de frutas cristalizadas ou chocolate, a já famosa "Colomba Pascal", (Pomba de Páscoa). Evidentemente, não há nenhum mal ou pecado em comer chocolate ou pão doce, a não ser a gula que nos leva a exagerar na dose. Quem não gosta de chocolate ou de pão recheado com uvas passas, mamão, cidra, figo, e outras iguarias cristalizadas? Qual criança que não se regala com ovinhos ou coelhinhos de chocolate?

O problema não está em uma comida típica, consagrada a um período do ano, mas sim na ênfase que se dá à comida, tirando o significado do que se pretende comemorar. Por exemplo, fazer da semana chamada santa, ou do período entre o carnaval e a Páscoa, chamado de Quaresma, um período no qual não se pode comer carne e tem-se que comer peixe, alegando que é pecado comer carne, é um absurdo posto que não tem respaldo bíblico.

Assim como não é pecado comer carne na sexta-feira da Paixão, não o é tampouco comer chocolate em formato de peixe, coelho, galinha, ovos, tablete ou qualquer outra forma. O pecado está em se substituir a pessoa de Jesus, como se faz no Natal, pelo Papai Noel, pelo presente de Natal, pela árvore ou qualquer outro símbolo natalino. Da mesma forma, é contra a Bíblia, contra a Palavra de Deus, contra a vontade de Deus ter-se Páscoa com símbolos pagãos, idólatras e consumistas. Vamos mostrar para as crianças e adultos, para o mundo todo, que nossa Páscoa significa a Ressurreição de Nosso Salvador Jesus Cristo, que se sacrificou na Cruz do Calvário por nós.

Vamos declarar: "Por mim morreu Jesus, cravado numa cruz, no monte do Calvário, por mim morreu Jesus. Por mim ressuscitou, e veio para luz, e um dia voltará e ao céu me levará." Os verdadeiros símbolos da Páscoa são: Jesus ressurreto, o túmulo vazio, a pedra do túmulo removida, os lençóis e panos no túmulo, as aparições de Jesus aos discípulos e sua ascensão aos céus.

Páscoa com coelhos e ovos fazem parte da fantasia e de uma tradição pagã e herege. A verdadeira Páscoa é Cristo vivo, reinando no nosso coração, no seio de nossa família e de nossa igreja, Prepare-se para uma verdadeira Páscoa.

Feliz Páscoa com o Ressuscitado.

Pastor Paulo Roberto Sória

segunda-feira, 11 de abril de 2011

QUANTAS HORAS DIÁRIAS PASSAMOS EM FRENTE A TV?

A mídia brasileira tem dono? No Brasil apenas 9 famílias detém o poder da grande mídia. Essa mídia está cumprindo seu papel social? Como os políticos utilizam a mídia para formar sua opinião?

A política e os políticos trabalham com um material especial, que é a credibilidade. A matéria prima da política é a credibilidade, um capital simbólico. Ora, a mídia é o meio de produção desse capital, tanto para construí-lo, como para destruí-lo (...).

No caso brasileiro, como vimos, 9 famílias detêm 90% dessa mídia. Como decorrência disso a censura também mudou de local: não é mais a mídia que é censurada, mas é a maioria da população que não pode exercer seu direito de dizer a palavra, expressar sua opinião, comunicar seu pensamento.

A média de horas diárias que o brasileiro fica diante da TV, por exemplo, é de 4 horas. Em algumas vilas periféricas de cidades brasileiras que pesquisamos, a média chega a 6 horas e para as crianças, que os pais têm medo de deixar na rua, chega a 9 horas diárias. Pois é com esse novo personagem que nós passamos hoje a nos relacionar, numa relação que Thompson (1998) chamou de quase interação midiada.

... Se examinarmos as características de tal personagem, a mídia, constatamos que ele é praticamente o único que fala; estabelece com os interlocutores uma comunicação vertical, de cima para baixo; não faz perguntas, apenas dá respostas. Já imaginaram o poder de tal personagem? Deve-se ver a comunicação, como diz Moscovici (2002, p. 105)

É possível estabelecer um paralelo entre a colonização do Brasil e a implantação da mídia eletrônica. Assim como nosso território foi loteado em capitanias hereditárias, doadas a determinadas famílias, do mesmo modo há hoje um loteamento da mídia, rádio e televisão entre algumas famílias privilegiadas. Há um estreito paralelismo entre esses dois coronelismos: um tradicional, que se definia pelo poder e autoridade dos proprietários das terras no controle político e outro moderno, que consiste na posse da mídia eletrônica a serviço dos donos do capital, uma vez que é estreita esta relação.

Na análise da democratização da comunicação, percebe-se também, com nitidez, um círculo vicioso. Por que a mídia não discute a mídia? Por que a mídia não educa para que possa ser entendida? Por que não discute a diferença entre mídia impressa e mídia eletrônica, com suas conseqüências, finalidades e responsabilidades? Por que a legislação sobre a mídia não é veiculada? Há uma espécie de burla da legislação que é clara sobre o papel educativo da mídia. Se a mídia não cumprir esse papel, dificilmente outro setor poderá fazê-lo: aqui está, então, uma espécie de círculo vicioso. Além do mais, a mídia influi poderosamente nas escolas, nas famílias e em todas as instâncias da sociedade. Se ela não for crítica dela mesma, não haverá maneira de chegarmos a uma verdadeira democracia na comunicação. Finalmente, a força da mídia não está apenas em construir a realidade, mas também em ocultar a realidade. É sintomático o alerta do sociólogo da Universidade de Coimbra, Boaventura S. Santos (1998) Durante muito tempo a alimentação foi escassa, causando penúria. Mas com a revolução agrícola a superprodução permitiu, principalmente nos países ricos, produzir uma abundância de alimentos. Mas não nos damos conta que muitos desses alimentos estão contaminados e envenenados por pesticidas, causando doenças e morte, como a peste das vacas loucas. Antes podíamos morrer de fome, mas hoje morremos por comer alimentos contaminados. O mesmo acontece com a informação. Historicamente, era escassa ou inexistente. Ainda hoje, em algumas ditaduras, não há informação, ou ela é escassa, de má qualidade. Nos países assim ditos democráticos, contudo, a informação se multiplicou, transborda por todas as partes. É como se fosse um quinto elemento além do ar, água, terra e fogo. A partir dessa constatação, começa-se a falar, hoje, na necessidade de uma “ecologia da informação” (RAMONET, 2006, p. 27), com o propósito de limpar essa informação da maré negra das mentiras (...)

O exercício da democracia e da cidadania supõe, pois, a participação das pessoas na construção da cidade que se quer. Quando falamos em isonomia referimo-nos à igualdade de todos perante a lei: todos os cidadãos têm os mesmos direitos e deveres. A antiga Grécia, de acordo com Chauí (1995), surge, na tentativa de enfatizar a importância do direito de participação na comunicação, a noção de isegoria, isto é, o direito de manifestar-se e de ser ouvido, o direito de expor e discutir em público opiniões sobre ações que a Cidade deve ou não realizar, no referente à Polis. Mas há algo mais: a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, em seu artigo 19 afirma: “Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui o de não ser molestado por causa de suas opiniões, o de investigar e receber informações e opiniões e o de difundi-las, sem limitação de fronteiras, por qualquer meio de expressão” (ONU, 1948, art. 19). É importante acentuar que na enunciação acima estão presentes dois direitos: o direito à informação, isto é, de ser bem informado, sem parcialidade, e o de buscar a informação em qualquer lugar, livremente; mas há também outro direito, e esse o mais importante, que se pode chamar de direito à comunicação, isto é, de expressar nossa opinião, manifestar nosso pensamento, dizer nossa palavra, por qualquer meio de expressão. Numa pesquisa realizada entre estudantes de fim de ensino médio e de curso superior, 97% dos entrevistados desconheciam a existência desses dois direitos, da informação e da livre expressão (GUARESCHI e BIZ, 2005, capítulo 1). Isso vem confirmar a precariedade de nossas instituições educacionais e, concomitantemente,de nossa mídia, pois ela também tem uma tarefa educativa, como é expresso claramente na Constituição, Capítulo V, artigo 221: “A produção e programação das emissoras de rádio e televisão atenderão. REVISTA DEBATES, Porto Alegre, v.1, n.1, p. 6-25, jul.-dez. 2007. 13

...Introduzimos agora o problema que gostaríamos de discutir. A mídia está aí, exercendo seu poderio praticamente sem controle nenhum. Que se poderia fazer, para tornar óbvia essa situação? Acreditamos que, contra esse poder dominador e antidemocrático, faz-se urgente um novo poder, esse sim democrático e popular, das ONGs, das organizações de base, das associações populares: uma imprensa popular e alternativa, rádios e TVs comunitárias, uma mídia que seja do povo, feita pelo povo, para o povo. É o que se pode chamar de quinto poder, expressão criada por Roger Silverstone (2004).

A iniciativa mais ampla e eficiente que surgiu, a partir de 2004, como reação às práticas todo-poderosas da mídia, é a CAP (Comissão de Acompanhamento à Programação de Rádio e TV), com sua Campanha Quem financia a baixaria é contra a cidadania. Esse movimento se originou quase que de um clamor da sociedade civil contra o baixo nível de nossa mídia e a falta de ética nela presente. Com o apoio logístico da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, a CAP propõe um controle social (não censura) por parte da população em relação aos programas de televisão e um desestímulo ao financiamento privado e público dos programas que reiteradamente violam os direitos humanos. Por isso, os programas que recebem muitas reclamações passam a ser minuciosamente analisados pelos participantes da Campanha que, ao final, proferem um parecer explicitando as razões pelas quais o mesmo é indigitado como baixaria (...) A Campanha consolidou, nesses quatro anos de existência, um espaço público onde os cidadãos podem defender-se da programação de rádio e TV nos termos da Constituição Federal. Por meio de uma central telefônica ocorre o recebimento de denúncias e sugestões sobre a programação desses meios e um site na Internet contribui para divulgar todos os mecanismos de participação existentes. Os programas que mais recebem reclamações por parte do público passam a constar de uma lista... LEIA O ARTIGO NA INTEGRA. http://seer.ufrgs.br/debates/article/view/2505/1286

Os endereços disponíveis para fim de reclamação, além do e-mail principal,eticanatv@câmara.gov.br, são: via correio= Câmara dos Deputados, Comissão de DireitosHumanos, Sala 185- A- Brasília/ DF- CEP: 70169-970; por fax (61) 3216. 2170; por telefone (61) 3216. 6570; ou pelo site na Internet www.eticanatv.org.br

FONTE: http://seer.ufrgs.br/debates/article/view/2505/1286